terça-feira, 2 de agosto de 2011

Ômega


“Grande Mundo Branco” de Marilyn Manson

No espaço as estrelas não estão mais perto

Elas apenas brilham como um necrotério

E eu sonhei que era um astronauta

Queimado como uma traça no fogo

E nosso mundo foi embora

Mas eu não sou atado ao seu mundo

Nada cura e nada cresce [2x]

Porque é um grande mundo branco

E nós drenamos nossas cores

Costumávamos amar a nós mesmos

Costumávamos amar um ao outro

Todas as minhas feridas coçam

Minhas prescrições caem

Eu queria que você fosse uma rainha

Só por hoje

Num mundo tão branco o que mais posso dizer?

E o inferno é tão frio

Todos os vasos estão tão quebrados

E as rosas rasgadas nossas mãos tão abertas

Mãe Maria, misericórdia

Mas nós rezamos apenas como insetos

E nosso mundo está tão feio agora

Porque é um grande mundo branco

E nós drenamos as nossas cores

Costumávamos amar a nós mesmos

Costumávamos amar um ao outro

Todas as minhas feridas coçam

Minhas prescrições caem

Eu queria que você fosse uma rainha

Só por hoje

Num mundo tão branco o que mais posso dizer?

Enfim, quero dizer aos nobres leitores que a partir de hoje não atualizarei mais regularmente este blog: ou paro por tempo indeterminado ou atualizo quando houver possibilidade. Tudo tem sido muito cru, “o sol está branco” e há aquela vontade de voltar para mim mesmo como fiz desde o princípio em que escrevia apenas poemas. Muito tempo fora despendido em atenção ao mundo externo que é vão, apenas representativo e, por conseguinte, fora esquecido onde reside a Vontade mesma – agora é hora de voltar atenção para o imo de suma importância.

Ômega.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Nota Sobre Voyeurs Sociais e Privacidade Sexual

A mania desprezível de projetar nos outros os próprios desejos e repudiar aqueles que não os siga à risca não possui limites. O fetiche de onipresença invade inclusive o âmbito privado alheio, pois quer invadir o sexo e as formas de se obter prazer sexual. Sexo é uma ideia? Pois como se não bastasse aos fetichistas da onipresença quererem ditar o que comeremos, beberemos, com quem sairemos, quais e quantas horas dormiremos e tutti quanti, querem dizer-nos como devemos fazer sexo.

É natural que todas as possíveis formas de se obter prazer sexual não nos apeteçam, muitas causando até mesmo náusea, outras ódio, outras tudo ao mesmo tempo. Agora, por que havíamos de nos intrometer em algo que está aquém de nosso alcance e que apenas sabemos de distância e que se causa algum mal, apenas para quem pratica?

Parece-me que o a obtenção de prazer sexual é tratada como algo que possui uma forma perfeita no campo das ideias, se assim posso dizer, de modo que qualquer coisa que fuja de tal forma seja uma transgressão imperdoável, um crime, e mereça ter seus protagonistas ridicularizados. Evidentemente, o sexo possui uma forma única que é a complementação entre pênis e vagina, sendo todo o resto uma emulação deste (não é à-toa que entre animais de mesmo sexo, quando machos, chame-se “pseudocópula” e entre fêmeas, digo eu, “um delírio infantil de auto-suficiência”); agora, o prazer sexual pode ser obtido de formas diversas, quem já leu A Escola da Libertinagem, Filosofia na Alcova ou até mesmo filmes pornográficos diversos o sabe. Assim sendo, não há o menor sentido em pôr-se como suma autoridade de algo que não é e nem cabe tal coisa.

Peguemos o exemplo dos homossexuais, algo tão em voga atualmente, eles macaqueiam o sexo, mas não nos dá o direito de intervir em sua intimidade e ditar o que devem fazer; os homossexuais não são grande problema; o problema está em projetar a homossexualidade – ou qualquer sexualidade ou pratica sexual – como causa que, como se pode notar está, para os ativistas gays, algo além do bem e do mal e, portanto, impossibilitado de ser criticado. Pois se não devemos interferir na conduta sexual que, por ser sexual, deve ser privada, não podemos incongruentemente pressupor que tal seja algo de característica sublime, pois, ainda mais as que fogem do sexual natural, não passam de um regresso a nossa característica animal, não obstante muitas requeiram a criatividade humana para existirem. Se há uma conduta sexual sublime, está é a capaz de gerar vida, formando família (a base de qualquer civilização) e de manter o objetivo da natureza: perpetuação dos genes.

Assim sendo, nem os adeptos do “sexo sublime” e nem os do “sexo profano” devem intrometer-se um na intimidade do outro bem como estes não devem projetar seu sexo como algo de suma importância e que deva ser de conhecimento de todos. Afinal de contas, muito dos fetiches, julga-se, não possuiriam tamanha graça caso fossem públicos. Calemos-nos, pois – ou então aceitemos a alcunha de voyeurs compulsivos!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Ed Motta, um símbolo

Ed Motta está certo. Quem está errado é o Kibe Loco. Ed Motta fez uns belos e assertivos comentários em sua página do facebook. Concordo com todos. Ed Motta é um símbolo brasileiro. É mais: Ed Motta é um símbolo humano.

Sobre o brasileiro, ele disse que é um povo feio, que dá vontade de chorar ao avistá-lo num avião. Ed Motta é brasileiro: é feio e da vontade de chorar ao vê-lo. Sobre as mulheres feias, ele disparou um dos mais célebres comentários jamais vistos:
“Mulher feia tem que ser megacompetente (sic).. Ta certo. A mulher já é feia, qual outro motivo, além da megacompetência, para ter a consideração de homens belos como eu e Ed Motta? Nenhum. Sem megacompetência, para Ed Motta, é Paula Toller nas cabeças (“linda, burra e sem talento”). Mulher feia que nada estuda, não se informa, para mim, é Mulher Filé nas cabeças. É uma troca justa: as feias não querem qualquer um, eu e Ed Motta não queremos qualquer feia.

Além de Paula Toller, Ed Motta, segundo a Folha.com, atacou também
Caetano Veloso, Lenine, Daniela Mercury, Chico César e vários artistas da nova geração, como a cantora Tulipa Ruiz, o compositor Romulo Fróes e a banda Hurtmold, que acompanha Marcelo Camelo em shows e discos. De pleno acordo. Caetano Veloso? Aquele que defende a ditadura dos irmãos Castro em Cuba? Não, obrigado! Lenine? A única coisa que o nome “Lenine” me lembra é censura à imprensa, mortes, perseguições, isto é, “Lênin”. Daniela Mercury? A vovó do Axé que precisa beijar outra mulher em público para tentar recuperar o pouco do que teve com “O Canto da Cidade”? Sem apelações, por favor, o axé já é uma apelação ao caráter animalesco humano. Chico César? Mama África... Algo mais? Tulipa Ruiz? Não sei quem é. Mas sei que ela precisa fazer um regime. Rômulo Fróes? Também não sei quem é. E acho que prefiro continuar sem saber. Hurtmold? Nunca ouvi falar. Mas sei que não posso confiar. Não posso confiar numa banda que acompanha Marcelo Camelo. Marcelo Camelo: (...) a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. Pronto. Ataque ratificado.

Ed Motta respondeu a uma objurgatória, no facebook, de um rapaz dizendo “
a cultura que eu vivo é a CULTURA superior.” Certíssimo. Ed Motta, avisei, é um símbolo humano. Quer um exemplo? O blog “Kibe Loco” não gostou dos comentários de Ed Motta, mas, por outro lado, fez mofa da morte do dançarino Lacraia dizendo “Foi, Lacraia! Foi, Lacraia!”. Quer outro exemplo? A objurgatória do rapaz no facebook foi a seguinte: "E tu bonitão? A cultura chata que tu vive, a grosseria que emergiu destes dois infelizes comentários, também não és um arquétipo de beleza". O rapaz critica Ed Motta pelo mesmo motivo que o levou a criticá-lo. Além de incoerente é brega por usar vocabulário Junguiano. Kibe Loco e Ed Motta são símbolos humanos. Eu acho que deveríamos pô-los na bandeira do Brasil. Não, na bandeira do mundo, se houvesse. Não raro julgamos uns aos outros porque consideramo-nos superiores a estes e por isso julgamos os erros dos outros come se não houvéssemos cometido erro nenhum, jamais. Ed Motta fez com que olhássemos para nós mesmos: e não gostamos do que vimos!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Nota Sobre o Caráter Indissociável Entre Conservadorismo e Machismo

É notório o desconhecimento do grosso da população acerca do que vem a ser realmente, sem manipulações ideológicas, machismo. Sendo os conservadores, evidentemente, uma parcela desta mesma população, é presumível que muitos deles não saibam o que é machismo e acabem por, infelizmente, desembocar para o feminismo, este sim uma verdadeira infâmia. Nesta simplória nota quero demonstrar um pouco do que de fato é machismo e assim esclarecer o caráter indissociável entre conservadorismo e machismo.

Ao contrário do que se diz por ai, do que se imagina, o machismo nada tem a ver com destrato, hostilidade, violência contra a mulher (aliás, quem age de maneira violenta, hostil e destrata qualquer ser humano, sem motivo aparente, é apenas um incivilizado, um criminoso). O machismo, em realidade, é uma simples admissão de uma Verdade: homens e mulheres são biologicamente diferentes e inclinados, geralmente, para coisas diferentes. Aqui entra o conflito com o feminismo.

O feminismo parte do pressuposto de que homens e mulheres são idênticos e, portanto, podem as mulheres – e devem (as feministas ressaltam) – fazer as mesmas coisas que os homens, ou cada um fazer o que “culturalmente” era indicado para o outro sexo fazer – vice-versa. Desse modo, o feminismo é uma perversão da natureza, por estar mais que provado o fato de que meninos e meninas tendem seguir carreiras profissionais comuns aos seus sexos, mesmo que recebam tratamento e educação neutros (experiência do Kibutz) – as meninas dão preferência às profissões em que há contato com pessoas e os meninos, por seu turno, às profissões em que há contato com máquinas e outras dessa sorte.

Sendo o apelo à tradição um dos pilares do conservadorismo, e sendo o machismo tão somente a admissão – e o endosso – de que há diferenças categóricas entre homens e mulheres que os influenciam a se dedicar a determinados papéis na sociedade, não é equívoco pensar que há uma íntima – e indissociável – ligação daquele com este. A divisão de papeis sexuais, dentro de um casamento, por exemplo, não foi algo construído culturalmente, mas uma conseqüência da mudança de comportamento dos nossos antepassados, os macacos caçadores, que antes eram carpófagos e passaram a ser carnívoros, isto é, passaram a ter que caçar para adquirir o alimento; e como tal mudança veio concomitantemente com o advento da neotenia, os grupos de caça passaram a ser formados plenamente por machos, enquanto as fêmeas ficavam no abrigo e cuidavam das crias.

Assim sendo, não há mais ínfima possibilidade de um individuo reconhecer-se como conservador ao mesmo tempo em que se diz contrário ao machismo. Onde houver conservador ou conservadora que se digam contrários ao machismo, que sejam expostos, sem a mais ínfima complacência, ao vexame público.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Orgulho heterossexual: uma infâmia

Após tanto tempo de civilização construída, pareceria óbvio que o homem fosse se orgulhar de ser homem, humano e jamais um simples animal irracional. Mas como nem tudo é flores há quem faça questão de rebaixar-se ao nível de simples animal irracional desprovido da mais ínfima autonomia intelectual.

Orgulho heterossexual é uma das mais altas ofensas à – sim – dignidade humana. Alguns heterossexuais em sua pueril picardia querem fazer um dia especifico para o que seria a versão satírica do dia do orgulho homossexual – como se este já não fosse um vitupério suficiente.

Do alto de sua ignorância caracteristicamente animal, tais heterossexuais desconhecem que o dia do orgulho gay nada mais é senão uma subversão cultural a fim de destruir a civilização ocidental, pois visa a ampliação do fenômeno homossexual na sociedade que trará uma consciência de auto-valorização por conta da sexualidade, de modo que os seres humanos percam qualquer possibilidade de enxergarem-se como seres racionais que devem se respeitar a partir do caráter de cada um, das ações ante a uns e aos outros.

Filósofos, escritores, poetas, dentro outros, foram jogados sem a menor complacência na fornalha de Hefesto por tais indivíduos que reivindicam orgulho para sua sexualidade que nada mais é que um dado natural. Criminosos heterossexuais podem se orgulhar tanto de sua sexualidade quanto heterossexuais honrados. Desde quando isso é justo? Sequer é capaz de ser um simulacro do que venha a ser justo. É ofensivo que possamos ter tanto orgulho de nós mesmos quanto o ex-presidente Lula, por causa da sexualidade – tudo bem que houve aquele caso do menino do MEP, mas...

Lembra-me o caso do deputado Eduardo Cunha que fez um projeto de lei para proteger os heterossexuais, como se já não houvesse legislação para proteger todo e qualquer individuo, sem distinção de cor ou sexo (jamais diga “gênero”, ouviu bem? Repita comigo: sexo! Mais uma vez: sexo!). Aliás, essa é outra questão. Maria da Penha e PLC 122/06 fazem tanto sentido quanto um quadrado redondo. Ambos são inconstitucionais. A PLC 122/06 é uma afronta a qualquer individuo que possua um mais ínfimo do que possa ser chamado de honestidade intelectual.

Sexo e sexualidade cabem ao âmbito privado de nossas vidas e dizem respeito a nossa característica animal; não podem – e nem devem – ser expostos ao publico como se fossem a melhor coisa proveniente do ser humano. Orgulho heterossexual nivela pelo mais rasteiro grau o homem, pois o reduz a um simples animal irracional, sem qualquer autonomia sobre os próprios desejos, vontades por carecer de autonomia intelectual.

Parem já – ou então serão tratados tais quais animais irracionais e, ainda por cima, selvagens: a base de chicotadas e comida crua.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Um mundo sem mulheres é um mundo feio

Pois, sim, é verdade. Um mundo sem mulheres seria um mundo feio, um mundo dantesco. Tenho pesadelos acordado somente de pensar nessa hipótese. Mal consigo ir do quarto à cozinha, quando de noite, sem que para isso não acenda a luz da sala que permeia o caminho.

Veja o homem, – a ideia de homem deve vir a sua mente agora, não a ideia de homem moderno que mais parece uma representação burlesca da mulher, que fique claro – e perceba como seria abominável um mundo sem mulheres, sem a delicadeza feminina; um mundo ocupado pela rudeza, pelos movimentos metódicos, pelas risadas canalhas do homem e não pelos risos e sorrisos infantis e as formas corporais da mulher. Enxerga-se, aqui, a mulher como ela se quer ser enxergada: pelas suas belas e bem talhadas formas.

Um dia fervente, como se pela forja de Hefesto caminhássemos, torna-se menos angustiante quando damos a apreciar a beleza feminina, que passa de um lado para o outro, nas ruas que, agora, se tornam verdadeiras alamedas dos anjos, um plano metafísico, celeste. Como sabiamente disse Nietzsche (1884-1900): “A mulher é o repouso do guerreiro”; a mulher faz com que as vistas cansadas das agruras da vida sejam descansadas pela simples apreciação estética de sua beleza. Não é por isso, talvez, que muitos homens por ai afora exaltam determinados lugares por conta da presença abundante de mulheres? Seria a mulher assim como a arte na filosofia de Schopenhauer (1788-1860) uma forma de negar a Vontade primeira? Possivelmente.

A pureza com que as idealizamos pelos motivos supracitados são os mesmos motivos que dão a elas a preferência para os empregos no setor de vendas e telemarketing, pois mesmo que não possua uma beleza apreciável, a voz da mulher por si só consegue angariar um conforto existencial para o homem, este pobre diabo tomado pela racionalidade que o faz enxergar a crueza que é a mesma.

É, pois, triste ver que mulheres, muitas por ai, quererem negar essa superioridade intrínseca a elas, perdendo o tempo no anseio de ocupar os mesmos campos na sociedade que o homem; e não somente isso, também nas situações em que querem possuir comportamentos rasteiros que, para as mesmas, é intrínseco ao homem.

Como cantaria Dorival Caymmi (1914-2008): Marina, você já é bonita / Com o que Deus lhe deu. Portanto, mulheres de todo mundo, não estraguem essa beleza genuína. Ou como sabiamente diria Lorde Henry (personagem do romance O Retrato de Doria Gray de Oscar Wilde [1854-1900]), que não mais demonstra senão o reconhecimento pela superioridade estética e reconfortante feminina: mulheres pertencem ao sexo de ornamento. Nunca têm nada para dizer, mas dizem-no de uma maneira encantadora.

Por tudo isto e além, um mundo sem mulheres seria assombroso, hostil, inóspito.

Feliz dia da mulher.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Admirável namoro novo

Vivemos o império da Suma Santidade Feminina, não é possível. Pois vivemos numa época em que as mulheres estão acima do bem e do mal, portanto impossíveis de serem criticadas sem que se corra o risco de ser vilipendiado pela multidão de machos domados e de mulheres que defendem umas as outras em nome tão somente da própria imagem.

Agora essa. Li a matéria sobre uma mulher que possui dois namorados e um sabe do outro. O primeiro, numa demonstração de subserviência, desconfiança de si mesmo, e doma mais abjeta, rasteira e desonradamente aceitou que sua insigne namorada fosse dividida, tal qual um pedaço de carne, uma fatia de bolo com outro rapaz igualmente biltre.

Seria infamante que a proposta partisse do namorado, mas não. A proposta partiu da própria namorada como quem diz: reconheço sua incapacidade de iniciar outro relacionamento com outra mulher, pois mulheres possuem a mais culminante ojeriza de homens que se deixam domar como se fossem fêmeas.

Segundo ela, ela está muito feliz por ter dois namorados. Nós homens, em nossa imbecil maioria, somos tomados por uma congestão cerebral, entramos em parafuso e sequer sabemos do que se trata isso, mas digo: uma mulher possuir como namorados dois homens ou mais, é o paroxismo da exaltação de seu ego. A mulher não dá a mínima para o homem, pois se desse, reconheçamos, ela satisfeita ficaria com o primeiro, com apenas um (de um ponto de vista geral), e não teria olhos jamais para outros – aliás, quem olha os outros mesmo possuindo alguém com quem compartilhar as intimidades sexuais, afetivas é o homem, pois mesmo que possua uma racionalidade desenvolvida, o instinto ainda demonstra sua presença em sua existência –, mas não, o homem para a mulher é apenas um cinto de utilidades com pernas e braços.

E não acaba por ai. Temos uma situação com dois homens e uma mulher, porém, como não poderia deixar de ser, a mulher é quem manda em ambos. Ela decide quais os dias um ou outro a verão, quais os limites afetivos do relacionamento com o segundo – mas o segundo não esconde, quer fazer a mesma coisa que o primeiro faz, em outras palavras: sexo, ele quer deleitar-se na carne pré-aquecida pelo namorado primeiro ainda com resquícios da saliva deste, quer sentar-se na cadeira esquentada pelo traseiro alheio, quer ingerir os espermatozóides via e-mail – e pondera até mesmo as reações emocionais que tais namorados devem possuir ante essa situação degenerescente.

Um homem que aceita dividir sua mulher com outro macho, é um indivíduo aquém da própria honra, incapaz de circular entre os seus iguais; uma mulher que propõe tal coisa, demonstra ser sádica ao ponto de ver felicidade na humilhação de mendicantes emocionais por migalhas de atenção; e ambos representam a mazela que é o nosso zeitgeist e como este corrói a estrutura do prédio chamado civilização tal qual chuva ácida.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

As bases da tragédia do porvir brasileiro

Este novo ano já começou mal: vimos a confirmação – para quem ainda não acreditava – de que Dilma Rousseff é mesmo a nova presidente (ou “presidenta” como vergonhosamente ela gosta de falar) da República Federativa do Brasil. É com enorme pesar que reconheço essa verdade. É com desgosto demasiado que todos aqueles que sabem distinguir chocolate de fezes reconhecem essa verdade. Essa derrota.

Vimos a eleição ser pleiteada sob a ótica de quem é ou não a favor do aborto. Pensava-se haver sido o tema crucial para decidir quem venceria a eleição. Ao que parece, não foi bem assim. Dilma conseguiu, talvez, reverter o fato de ela ser, sim, - com todas as letras – a favor do aborto como a mesma comentou em diversos lugares (vídeo 1; vídeo 2). Obviamente, qualquer carente de asnice é capaz de depreender o real significado de “aborto é uma questão de saúde pública” e “aborto é uma violência contra a mulher”. Sendo o aborto fruto de promiscuidade, não é um caso de saúde pública, mas de moral. Sendo o aborto o assassino de um feto, não é uma violência contra mulher – a menos que se olhe pela ótica do suicídio. Apesar de tudo. Apesar de todo raciocínio não-terminado e de todo anacoluto (conforme funciona o raciocínio dos eleitores de Dilma), ela venceu – embora haja rumor de que fora fraudada a eleição (algo, aliás, plenamente possível) –.

Uma terrorista (ta bom, ta bom: ex-terrorista) no cargo da presidência da república; uma ministra destrambelhada no Direitos Humanos, Maria do Rosário (PT-RS) ; a irmã de Chico Buarque (que apóia a ditadura cubana que, como se não bastasse não mais haver papel higiênico para os cubanos usarem, agora cortou detergente, sabão e pasta de dente da cesta básica), Anna de Hollanda (que de ponto positivo só tem a militância o resto fica por conta de seu irmão – PCB: Partido do Chico Buarque), para o ministério da Cultura; Pedro Novais (PMDB-MA) que apesar de ser eleito sempre (seis vezes) pelo Maranhão, em realidade, mora no Rio de Janeiro e usa a verba parlamentar para pagar motel, para o ministério do Turismo; Antonio Palocci que co-ordenou, juntamente com Delúbio Soares, a operação em que a Brasil Telecon dera 2 milhões de dólares para o caixa dois da campanha de Lula, em outubro de 2002, para a Casa Civil (o mesmo lugar onde Erenice Guerra – lembram dela? – ocupara na saída de Dilma); Fernando Haddad o ministro da educação que sequer sabe pronunciar corretamente a palavra “cabeçalho”, pronunciando, no lugar, “cabeçário”, são apenas alguns exemplos do corpo de ministros que não mais fazem além de demonstrar fúnebres momentos no porvir.

Veremos a educação ser cada vez mais pulverizada (é possível isso?). O ensino público e privado cada vez mais próximos, em qualidade, um do outro – ainda mais agora com os tais “kits gays” em nome do “respeito à diversidade” (ainda falarei sobre este fenômeno) –. Veremos nós, cidadãos de bem, custearmos o aborto; olharemos para o lado para evitar ver tamanha crueldade e daremos de frente com o casamento homossexual – não haverá escapatória: não importando para qual lado olhemos, veremos sempre as mazelas sociais, a destruição dos pilares da sociedade ocidental como já vem acontecendo em outros lugares – acertar é bom, mas errar, neste caso, é melhor ainda.

Façam as malas. Ou apertem os cintos – e tampem o nariz.

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Post-Scriptum: Havia dito aqui que voltaria a atualizar este blog em setembro de 2010, infelizmente, não voltei. Desculpem-me os leitores. Contudo, aqui estou de volta para trazer o que me for convenientemente útil para quem me lê. Agora, o blog não será mais atualizado semanalmente e muito menos quinzenalmente, mas mensalmente. Não, caro leitor, não fique triste – risos –, pois faço isso a fim de prezar pela qualidade antes da quantidade. Assim sendo, meu próximo texto será publicado no dia 07 de fevereiro (uma coisa não muda: todas as atualizações serão feitas às segundas-feiras), uma semana após a minha volta das férias no Reflexões Masculinas onde escrevo quinzenalmente às terças-feiras. A partir deste ano, serei mais incisivo e acintoso que antes – prendam-me, sou inocente (risos) –. E pagar alguém para dar uma melhorada no visual do blog. Feliz ano novo.