segunda-feira, 22 de março de 2010

Comentário Acerca da Literatura de Auto-Ajuda

Num mundo onde a inteligência mesma é, cada dia, desvalorizada; onde seguir todos os padrões estético-comportamentais não reduz a miséria existencial e o imediatismo; excede espaço para os aproveitadores e leitores preguiçosos intelectualmente – aqueles são escritores de livros de auto-ajuda; estes os leitores dos livros daqueles autores.

Hodiernamente, tem-se potencializado o número de leitores por todo o mundo; contudo, não se nota uma potencialização, também, no número de “cabeças pensantes”, pelo contrario, o que temos é uma imensidão de pessoas que decoram fórmulas e conteúdos, mas que são incapazes de desenvolverem uma linha de pensamento originada em si mesmas.

Ora, mas a quê se deve essa discrepância, já que se lê na mesma medida em que as pessoas, aparentemente, se tornam estúpidas, dotadas de uma cognição enrijecida? Pois bem, isso deve a literatura de auto-ajuda, um dos males deste século.

A literatura de auto-ajuda é, nada mais, que um novo entorpecente, é feita direcionada para o vazio existencial do mundo moderno, impregnada de otimismo irracional, porém com o objetivo único: vender. É óbvio. Livros que falam de relacionamentos, tristeza e afins, só poderiam desembocar por esse lado. Atacar a parte emocional humana é como escravizar alguém pela boca, pela fome – não se pensa com fome, faz-se tudo para findar a fome.

Um outro lado acerca da literatura de auto-ajuda é que ela parece mais uma forma de “cotas para burros na filosofia”, pois quer fazer parecer que desperta o leitor para a necessidade de racionalização de sua realidade – risível, não há racionalização feita sem o cérebro – e, por isso, insere uma multidão de mentes vazias que, afinal, acabam por desenvolverem uma soberba, como se fossem detentores de uma sabedoria excelsa, sublime, como se tivessem a resposta para todos os problemas – obviamente, não a tem, pois auto-ajuda não vai à raiz do problema, não a reconhece, pois isso é característica da filosofia pura e não caça-níquel dissimulado de sabedoria milenar chinesa.

Literatura de auto-ajuda é a leitura mais biltre e rastejante, quem paga por livros de auto-ajuda, de certa forma, assemelha-se a quem compra drogas.

Tenho vontade de lavar as mãos após tocar as mãos de quem lê auto-ajuda.



segunda-feira, 8 de março de 2010

Gays são mais bonitos que heterossexuais

Que as mulheres desprezam o sexo masculino em si, não é grande novidade, mas as formas como elas demonstram isso nem todos sabem ou conseguem reconhecer. Uma dessas formas é dizer que homossexuais - os gays - são mais bonitos e educados que os heterossexuais - vez ou outra elas dizem isso como forma de insultar os heterossexuais de dissimular o que realmente as atrai: não é nem beleza e nem educação. Entretanto, discorrerei neste artigo acerca da questão estética. Direi o porquê de as mulheres considerarem gays mais bonitos que os héteros.

Qualquer um que tenha noção do establishment atual reconhece a questão estética como fiscal comportamental alheio, isto é, não se pode seguir o padrão estético vigente sem que o alie ao também padrão comportamental vigente. Refiro-me aos padrões impostos ao sexo masculino, quais sejam: preocupar-se com as marcas de roupa que usa - se estão na moda e se combinam (independente se para ele está bom ou não); e preocupar-se com a representação máxima da figura masculina: os pêlos - ele deve depilar eles. Veja, aqui separei a parte comportamental - a preocupação com vestimenta e depilação - e a parte estética - a depilação -.

A ultima vez que me lembro de ter visto mulheres dizerem que os gays correspondem a parcela de homens mais bonitos, foi através do “protesto” “eu também tenho c*”, que elas diziam que os homens as tinham “largado” para deitarem-se com outros homens, aqueles, por elas mesmas, mais charmosos, educados e – o tema deste artigo – bonitos.

Antes de qualquer coisa, é preciso saber se uma mulher profere o slogan do protesto está tão disposta, como quer fazer parecer, a praticar sexo anal e se assim como os gays está dispostas, também, a fazer enema, limpar o reto a fim de não causar constrangimentos na hora do ato sexual.

(Se tem uma coisa, aliás, impressionante vindo de alguém – a mulher – que se importa tanto com o que podem pensar dela é o fato de as mulheres não fazerem enema, embora a prática do sexo anal não seja mais tão discriminada pelas mesmas, restando, desse modo, às prostitutas de luxo e atrizes do cinema adulto tal prática, por questões óbvias.)

Um episódio desses esclarece-nos uma coisa: quando o padrão comportamental e estético é baseado em preocupação demasiada acerca de roupas e depilação, é óbvio que os gays são mais bonitos.