O que já se tornou um fato é que o valor da pessoa, hoje, se dá por ela fazer ou não sexo.
Não sei se é por que as pessoas estão cada vez mais burras, que elas estão cada vez mais supervalorizando o sexo. Não sei se é por que elas estão cada vez mais irracionais, e por isso dando valor apenas ao que já nos é intrínseco – os instintos.
Neste ideário, de o que é ter valor, está um personagem muito conhecido - talvez o pivô da trama – das pessoas, que é o “cafajeste”. Ele representa toda a decadência moral e intelectual da sociedade. Ele trai, mente, escarnece e ainda é estúpido.
O cafajeste é a versão masculina da mulher vadia, ou vice-versa. O valor dele reside em outrem. E ele assim como a sociedade atual, valoriza somente as pessoas conforme a vida sexual dela seja.
Hoje se você está nervoso é porque não faz sexo. Se não faz sexo é um fracassado. Se alguém quer lhe ofender o manda fazer sexo.
As mulheres, em sua peculiar linha contraditória, dizem que não gostam de cafajestes, mas quando são criticadas pelo comportamento desregrado, chamam o interlocutor de “virgem”. Mais uma vez o sexo como medida de todas as coisas.
O que acontece é que, por falta de inteligência e por desprezo da mesma, as pessoas (vadias e cafajestes) desdenham daqueles que são dotados de inteligência, chegando ao ponto, até mesmo, de chamar estes de invejosos.
Este é o retrato de toda uma sociedade hedonista e imediatista, visa apenas o aqui e agora, e isso nunca será inteligência, sabedoria nem nada assim, pois tudo isso requer tempo e paciência.
Os cafajestes são superiores, eles fazem sexo. Quero mesmo ver um cafajeste ser cafajeste e a quintessência da intelectualidade. Eis um desafio que lanço aos superiores.