segunda-feira, 1 de junho de 2009

Eu, Aldo e Ídolos

Desde muito novo, tenho minhas referências dentro da música, da literatura e da filosofia. Essas referências me ajudaram a canalizar minhas idéias. Essas referências já foram louvadas por mim. Essas referências me salvaram da imbecilização das massas. Mas agora elas se mostram deletérias, caducas e tacanhas.

Tenho um amigo chamado Aldo. Compartilhamos dos mesmos ídolos – que agora devem ser escritos “ídolos” – e debatemos sobre eles e os temas abordados por eles. Fazemos uma avaliação geral da obra e do autor. Nesta avaliação entra até mesmo juízo de valor.

Aldo e eu somos combatentes do senso comum, da opinião das massas; a opinião infundada, padronizadora, politicamente correta e tergiversadora. Mas, agora, estamos cada um por si e algum deus por todos. Nossos ídolos, que outrora eram admirados por nós, agora são motivos de mofa. O riso, pelo menos, é garantido.

Se, por um lado, tive influência dos meus “ídolos” para escrever artigos, do outro, fui achacado pela vida dos mesmos: temos pensadores, que nos ajudaram a salientar o comportamento feminino, mas que em contra-partida, aceitavam receber cornos. Temos escritores famosíssimos, de renome e pioneirismo, mas que se inclinavam ao feminismo, desapontando, até mesmo, os pensadores traídos. Temos, hoje, pensadores presos a religião - e como diz Aldo: “para filosofar é preciso ser livre” -. Temos, hoje, pensadores totalmente chafurdados no voyeurismo, que exibem suas mulheres e filhas. Estes pensadores implicam com chapéus, acho que eles querem que todos pintem o cabelo de cor acaju, e façam pose de quem quer parecer filósofo. Eles são filósofos? Não! Eles são fanfarrões. Temos, também, músicos aparentemente inteligentes em demasia, que tratam de temas polêmicos, que insuflam nas pessoas o espírito crítico, e que se dizem isentos de religiosidade. Contudo, defendem o sexo sem proteção. Será que não há leve queda para com o catolicismo?

Apesar de tudo, pude chegar numa conclusão: não existe consciência plena. Temos quem rasgue bíblia e apóie, mesmo que indiretamente, a política católica “antipromiscuidade”; quem fale de educação e se submeta às atitudes desavergonhadas da filha; quem critique a homossexualidade e faça parte da mesma religião que os soldados nazistas e cuja igreja fora compelida a pagar, milhões, pelos crimes de pedofilia; tivemos quem falasse sobre honra, e que aceitasse, gentilmente, sem hesitar, dividir a namorada.

Mas a vida particular de alguém interfere nos trabalhos dela? Não! Não mandamos na vida de ninguém. A vida particular de alguém interfere no caráter de ídolo. Os ídolos morreram. Nenhum “ídolo” deve despir-se ou ser despido das aspas.

Por isso, eu e Aldo não apostamos mais nossas fichas de confiança. Elas são valiosas. Sugiro que você faça o mesmo. Este é o crepúsculo dos ídolos. Se quiser ter um ídolo, seja o mesmo. Iconoclastia já! Pelo fim do fanatismo! Ídolos servem apenas para uma coisa: nos fazer gargalhar.


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1 comentários:

Aline Barbosa disse...

Pois é... É como eu te disse: não existe o bom sem defeito... xD
Por mais que nos identifiquemos com a pessoa (ou com o ídolo, que seja) sempre vamos discordar em algum ponto e acabar decepcionados.

Enfim... É bom que pelo menos a gente consegue gargalhar com isso... xD

E sobre o texto, sem querer ficar repetitiva (já ficando), está mto bem escrito...
Eu já te disse antes que vc escreve bem. Vc pode acreditar nisso.
A gente sempre precisa melhorar mas vc leva jeito pra coisa. Parabéns pelo texto, de verdade.

Bjo!
\o7