segunda-feira, 4 de julho de 2011

Nota Sobre Voyeurs Sociais e Privacidade Sexual

A mania desprezível de projetar nos outros os próprios desejos e repudiar aqueles que não os siga à risca não possui limites. O fetiche de onipresença invade inclusive o âmbito privado alheio, pois quer invadir o sexo e as formas de se obter prazer sexual. Sexo é uma ideia? Pois como se não bastasse aos fetichistas da onipresença quererem ditar o que comeremos, beberemos, com quem sairemos, quais e quantas horas dormiremos e tutti quanti, querem dizer-nos como devemos fazer sexo.

É natural que todas as possíveis formas de se obter prazer sexual não nos apeteçam, muitas causando até mesmo náusea, outras ódio, outras tudo ao mesmo tempo. Agora, por que havíamos de nos intrometer em algo que está aquém de nosso alcance e que apenas sabemos de distância e que se causa algum mal, apenas para quem pratica?

Parece-me que o a obtenção de prazer sexual é tratada como algo que possui uma forma perfeita no campo das ideias, se assim posso dizer, de modo que qualquer coisa que fuja de tal forma seja uma transgressão imperdoável, um crime, e mereça ter seus protagonistas ridicularizados. Evidentemente, o sexo possui uma forma única que é a complementação entre pênis e vagina, sendo todo o resto uma emulação deste (não é à-toa que entre animais de mesmo sexo, quando machos, chame-se “pseudocópula” e entre fêmeas, digo eu, “um delírio infantil de auto-suficiência”); agora, o prazer sexual pode ser obtido de formas diversas, quem já leu A Escola da Libertinagem, Filosofia na Alcova ou até mesmo filmes pornográficos diversos o sabe. Assim sendo, não há o menor sentido em pôr-se como suma autoridade de algo que não é e nem cabe tal coisa.

Peguemos o exemplo dos homossexuais, algo tão em voga atualmente, eles macaqueiam o sexo, mas não nos dá o direito de intervir em sua intimidade e ditar o que devem fazer; os homossexuais não são grande problema; o problema está em projetar a homossexualidade – ou qualquer sexualidade ou pratica sexual – como causa que, como se pode notar está, para os ativistas gays, algo além do bem e do mal e, portanto, impossibilitado de ser criticado. Pois se não devemos interferir na conduta sexual que, por ser sexual, deve ser privada, não podemos incongruentemente pressupor que tal seja algo de característica sublime, pois, ainda mais as que fogem do sexual natural, não passam de um regresso a nossa característica animal, não obstante muitas requeiram a criatividade humana para existirem. Se há uma conduta sexual sublime, está é a capaz de gerar vida, formando família (a base de qualquer civilização) e de manter o objetivo da natureza: perpetuação dos genes.

Assim sendo, nem os adeptos do “sexo sublime” e nem os do “sexo profano” devem intrometer-se um na intimidade do outro bem como estes não devem projetar seu sexo como algo de suma importância e que deva ser de conhecimento de todos. Afinal de contas, muito dos fetiches, julga-se, não possuiriam tamanha graça caso fossem públicos. Calemos-nos, pois – ou então aceitemos a alcunha de voyeurs compulsivos!