domingo, 24 de maio de 2009

Susan Boyle Canta Mal


De tempos em tempos surge alguém. Alguém que possa fazer com que as pessoas levantem de suas fétidas cadeiras do senso comum. As pessoas mudaram? As pessoas melhoraram? As pessoas se tornaram mais inteligentes?

Recentemente viu-se o episódio de Susan Boyle, a participante do American Idol, que por ter sido julgada, por muitos, pela aparência, por ser tida como uma mulher feia, mas que fez com que os mesmos muitos se chocassem por conta de sua habilidade vocal, fez uma multidão por volta do mundo se compadecer. As pessoas mudaram? Não! O compadecimento por parte das pessoas é falso. O que houve, então? O senso comum julga pela aparência, o senso comum age conforme o todo. O senso comum se compadece também.

Susan Boyle veio para enaltecer a hipocrisia do senso comum, das pessoas. As pessoas tiraram sarro de Susan Boyle quando ela surgiu no palco, a desacreditaram por conta de sua aparência, que está fora dos padrões, que está fora, do tão repetido, senso comum. Como isso é possível? Voz e beleza estão interligadas? Não! Aliás, sim! Quando se trata de maioria, do que está a venda, sim, voz e beleza estão interligadas. Tudo fica melhor quando é feito por alguém bonito. Tudo é mais respeitado quando é feito por alguém bonito.

Após Susan Boyle demonstrar habilidade vocal (nada entendo sobre, mas não sou o único, até mesmo os outros que nada entendem, consideraram um dom vocal), todos aqueles que havia subestimado tal habilidade ficaram boquiabertos. As pessoas melhoraram? Não! As pessoas não ficaram tão embasbacadas com ela, ou com o canto dela. As pessoas ficaram surpreendidas, na verdade, com a própria estupidez, com a própria debilidade de se julgar alguém pela imagem.

Após o acontecimento ter parado nos veículos midiáticos, viu-se muitas pessoas comentarem que não se deve julgar alguém pela aparência, que todos somos preconceituosos em relação à estética. As pessoas se tornaram mais inteligentes? Mais uma vez respondo: Não! As pessoas chegaram até esta conclusão não porque tornaram-se inteligentes, mas porque comoveram-se com a voz de Susan Boyle (que é considerada bela porque a maioria considerou assim) e com o próprio preconceito.

As pessoas respeitam Susan Boyle enquanto fazem troça na sala de aula daquele aluno que se veste de forma diferente. As pessoas respeitam Susan Boyle enquanto fazem troça daquele aluno estudioso da faculdade. As pessoas reconhecem a habilidade de Susan Boyle enquanto desrespeitam alguém pela sexualidade. As pessoas respeitam Susan Boyle enquanto desrespeitam alguém pela incredulidade.

E não acaba por aí. A hipocrisia vai além. Devemos respeitar alguém somente quando este alguém tem algo a nos oferecer? É para julgar pela aparência? Eu julgo: Susan Boyle canta mal, mas, aparentemente merece respeito, aparentemente é uma mulher, uma senhora, que se dá o respeito, uma senhora que enalteceu a hipocrisia das massas. Por isso Susan Boyle tem meu respeito.

3 comentários:

Aline Barbosa disse...

Rapaaaaz... Gostei muito do texto. Parabéns, de verdade.

Sobre o tema... É triste mesmo ver como as coisas acontecem. É um caso a parte, Boyle é uma pessoa que conseguiu "criar" uma mudança em determinadas pessoas, mas com vc disse, é uma mudança que não aconteceu já que mto provavelmente, todo mundo segue sua vidinha preconceituosa depois de comentar o quanto está impressionado por ela...
É triste mas é fato.

Mais uma vez, o texto ficou mto bom. ^^

Bjão!
\o7

anonymous disse...

oh yeah!
vivemos em uma sociedade contraditória e preconceituosa
um bando de estúpidos

i like (Y)

kissu ;*

CRISTIAN THELEMA METAFISICA disse...

Eu não conheço essa mulher, mas o que eu também tiro do seu texto, dentre outras coisas, é que as pessoas acham a mentira super educada, porque ela é uma senhora não pode receber certas criticas, foda-se, se ela é uma senhora já teve tempo suficiente para aprender a lidar com criticas.
Mas o respeito é outra coisa, é a sinceridade da alma, quando vem da alma, então nunca dói. Mas se se dói é porque deve doer, afinal como diz o Marques; “a dor é só um prazer não bem compreendido e aceito pelo consciente”.